No dia 12 de outubro celebra-se o Dia Mundial da Artrite Reumatoide, uma doença inflamatória crônica que acomete as articulações e órgãos internos, sendo mais frequente em mulheres na faixa etária de 30 a 50 anos.
A doença pode causar danos irreversíveis nas articulações, como deformidades e incapacidades que comprometem a qualidade de vida do indivíduo. Além disso, em alguns casos, também pode provocar alterações em múltiplos órgãos, reduzindo a expectativa de vida do paciente.
Sua causa ainda é desconhecida, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos e ambientais estejam envolvidos no aparecimento da enfermidade. No entanto, sabe-se que a artrite reumatoide (AR) é autoimune, ou seja, o sistema imune ataca os tecidos saudáveis do próprio corpo.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado nas fases iniciais são fundamentais para evitar a progressão da doença e melhorar o prognóstico do paciente.
Sintomas
Os sintomas mais comuns são dor, inchaço, calor e vermelhidão nas articulações; fadiga; e rigidez articular no período da manhã.
Com a progressão da doença ocorre: destruição da cartilagem articular, deformidades e incapacidade para a realização de tarefas cotidianas.
Diagnóstico
Para o diagnóstico de AR, deve-se considerar:
– Sinais e sintomas característicos, como a presença de rigidez matinal, de artrite em várias articulações, de artrite simétrica (nos dois lados do corpo), dor intensa e deformidades nas articulações (em fases tardias);
– Exames laboratoriais de atividade inflamatória, como velocidade de hemossedimentação (VHS) e proteína C reativa (PCR);
– Presença de autoanticorpos, como fator reumatoide (FR) e anticorpos contra peptídeos citrulinados cíclicos (anti-CCP); e
– Exames de imagem, como radiografia, ressonância magnética e ultrassonografia.
Nenhum exame isolado confirma o diagnóstico. Além disso, existem critérios de classificação que auxiliam no processo diagnóstico (critérios do ACR* de 1987 e ACR/EULAR** de 2010).
*ACR: American College of Rheumatology
**EULAR: European League Against Rheumatism
Tratamento
Embora não tenha cura, o tratamento da artrite reumatoide visa melhorar os sintomas e controlar a progressão da doença.
O paciente com AR deve ser acompanhado por equipe multidisciplinar (médico reumatologista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, nutricionista e outros) em qualquer da fase da doença.
Ele deve receber orientações para modificar seus hábitos de vida, como praticar atividade física, parar de fumar, reduzir o peso e evitar a ingestão de bebidas alcoólicas; deve tratar e monitorar as comorbidades, como diabetes, hipertensão, dislipidemia e osteoporose; e manter o cartão de vacinas atualizado.
Tratamento não medicamentoso
O tratamento não medicamentoso inclui atividades físicas regulares, fisioterapia, terapia ocupacional, educação do paciente e da sua família, terapia psicológica individualizada e cirurgia.
A cirurgia é indicada para alguns pacientes com anormalidades funcionais causadas pelo agravamento da doença.
Tratamento medicamentoso
O tratamento medicamentoso tem por objetivo a remissão da atividade da doença, sendo aceitável a baixa atividade em alguns casos. Ele inclui o uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINE), corticoides, imunossupressores e medicamentos modificadores do curso da doença (MMCD) – sintéticos e biológicos.
A atividade da AR pode ser mensurada através de índices combinados de atividade de doença (ICAD) e da medida da capacidade funcional, como o Health Assessment Questionnaire (HAQ).
Fármacos disponibilizados pelo SUS
Medicamentos modificadores do curso da doença sintéticos (MMCDs)
Metotrexato
Sulfassalazina
Leflunomida
Sulfato de hidroxicloroquina
Difosfato de cloroquina
Medicamentos modificadores do curso da doença biológicos (MMCDbio)
Adalimumabe
Certolizumabe pegol
Etanercepte
Infliximabe
Golimumabe
Abatacepte
Rituximabe
Tocilizumabe
Medicamentos modificadores do curso da doença sintéticos alvo específico (MMCDsae)
Tofacitinibe
Baricitinibe
Imunossupressores
Ciclosporina
Ciclofosfamida*
Azatioprina
*Aplicação por procedimento, o medicamento não é dispensado no âmbito da Assistência Farmacêutica.
Para tratamento sintomático:
Anti-inflamatórios não esteroidais (AINE)
Ibuprofeno
Naproxeno
Corticoides
Metilprednisolona (acetato)
Metilprednisolona (succinato)
Prednisona
Fosfato sódico de prednisolona
Por fim, é importante ressaltar que a identificação da artrite reumatoide em estágios iniciais e o tratamento oportuno são fundamentais para evitar a progressão da doença e melhorar o prognóstico do paciente. Desse modo, caso suspeite de algum sintoma, procure um médico!
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Fontes:
PCDT Artrite Reumatoide
Sociedade Brasileira de Reumatologia
Hospital Sírio Libanês