No dia 13 de outubro comemora-se o Dia Mundial de Combate ao Tromboembolismo Venoso. A data reforça a importância da prevenção e do tratamento adequado da enfermidade, uma das principais causas de morbidade e mortalidade materna.
O Tromboembolismo Venoso (TEV) inclui duas condições: a Trombose Venosa Profunda (TVP) e o Tromboembolismo Pulmonar (TEP).
A trombose venosa profunda consiste na formação de um coágulo dentro de uma veia profunda, sendo mais frequente nas pernas (90% dos casos).
Já o tromboembolismo pulmonar (ou embolia pulmonar) ocorre quando um coágulo se desprende da veia e, por meio da circulação, chega aos pulmões. A gravidade dessa condição varia, mas pode ser fatal.
Nas gestantes, o risco de desenvolver a TEV é 4 a 5 vezes maior do que em mulheres não grávidas da mesma idade. Durante a gestação, o estado de hipercoagulabilidade protege a mulher de sangramentos excessivos durante o aborto e o parto. No entanto, existem outros fatores que contribuem para o aparecimento da doença na gravidez.
A presença de trombofilias adquiridas, como a Síndrome Antifosfolipídeo (SAF), e hereditárias aumentam o risco de TEV. A trombofilia é uma predisposição para a formação de coágulos no sistema circulatório devido a irregularidades no processo de coagulação do organismo.
Eventos tromboembólicos na gestação podem causar edema, alterações cutâneas, desprendimento placentário, pré-eclâmpsia, restrição de crescimento fetal, parto prematuro e aborto espontâneo de repetição.
Apesar do risco, muitas gestantes não precisam de anticoagulação, devendo cada caso ser analisado pelo médico.
Diagnóstico
O diagnóstico laboratorial para trombofilias adquiridas e hereditárias no Sistema Único de Saúde (SUS) deve ser realizado apenas em:
- a) Gestantes com história pessoal de TEV, com ou sem fator de risco recorrente e sem teste de trombofilia prévio; e
- b) Gestantes com história familiar de trombofilia hereditária de alto risco em parentes de primeiro grau.
O diagnóstico de trombofilia hereditária envolve a análise do material genético e outros exames laboratoriais, como a dosagem de proteínas C e S. Já o diagnóstico de Síndrome Antifosfolipídeo (SAF) inclui o histórico da paciente e a análise da presença de anticorpos antifosfolipídeos.
Tratamento/profilaxia
O uso de medicamentos para prevenir a TEV depende do diagnóstico obtido pela gestante. São recomendadas profilaxias durante o pré-natal e/ou por seis semanas após o parto.
Dois fármacos são disponibilizados pelo SUS:
- Enoxaparina sódica; e
- Ácido acetilsalicílico (AAS)
A TEV é uma importante causa de morbidade e mortalidade materna, fetal e perinatal. Por essa razão, gestantes com risco aumentado para trombofilia devem ser encaminhadas aos serviços especializados para tratar a condição.
Os potenciais riscos, benefícios e efeitos adversos relacionados ao uso dos medicamentos devem ser informados aos pacientes e monitorados pelos profissionais responsáveis pela assistência.
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Fontes:
PCDT para a Prevenção de Tromboembolismo Venoso em Gestantes com Trombofilia