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Você sabe o que é Doença de Gaucher?

Além do câncer de mama, o mês de Outubro também é o mês da conscientização sobre a Doença de Gaucher, uma doença rara e hereditária causada pela atividade deficiente de uma enzima.

 

O objetivo da campanha é alertar hematologistas, pediatras e demais profissionais da saúde para os sinais e sintomas da doença, contribuindo para o seu diagnóstico precoce. Por ser uma doença rara, muitos pacientes levam anos para obter um diagnóstico adequado.

 

A Doença de Gaucher (DG) é caracterizada pela ausência ou diminuição da atividade de uma enzima, denominada beta-glicocerebrosidase, responsável por degradar e reciclar o glicocerebrosídeo – um tipo de gordura encontrado dentro do lisossomo, em nossas células.

 

Em pacientes com a enfermidade, uma alteração genética (mutação) faz com que essa gordura não seja degradada, se acumulando dentro de células chamadas macrófagos.

 

Esses macrófagos repletos de gordura (ou células de Gaucher) perdem a sua função e se acumulam em órgãos e tecidos, como fígado, baço e medula óssea, provocando as manifestações clínicas da doença.

 

A Doença de Gaucher é hereditária, tanto o pai quanto a mãe são portadores da mutação no DNA e transmitem a herança genética ao filho. No entanto, é possível que a criança também se torne apenas mais um portador da mutação. Nos casos em que os pais são portadores da mutação, a chance de algum filho ou filha desenvolver a enfermidade é de 25%.

 

Sinais e sintomas

 

Os principais sinais e sintomas da DG são:

 

  • Cansaço;
  • Aumento do fígado e do baço;
  • Anemia;
  • Trombocitopenia;
  • Dor nos ossos; e
  • Atraso no crescimento.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico sugestivo da DG é realizado com base na história clínica e no exame físico.

 

Geralmente, o diagnóstico é confirmado através da mensuração da atividade enzimática da beta-glicocerebrosidase em leucócitos no sangue. 

 

Em casos duvidosos, é recomendada a medida da atividade dessa enzima em fibroblastos ou a análise do material genético para a identificação das mutações (herdadas do pai e da mãe).

 

Para a determinação do tipo de DG (1, 2 ou 3), são necessárias manifestações clínicas relacionadas à doença.

 

Tratamento

 

O principal tratamento é a reposição da enzima deficiente, denominado de Terapia de Reposição Enzimática (TRE). Essa terapia é administrada por via intravenosa (infusão na veia) a cada duas semanas.

 

Em geral, pacientes que fazem uso da TRE apresentam, após 3 a 12 meses de tratamento, melhora das manifestações hematológicas, redução no tamanho do fígado e do baço, e melhora das manifestações ósseas, inclusive a dor.

 

Os pacientes que, por algum motivo, não possam receber a reposição enzimática têm disponível uma terapia conhecida como Inibição de Síntese de Substrato (ISS). Ela é administrada por via oral e seu mecanismo de ação envolve a redução da concentração da substância que deveria ser degradada pela enzima.

 

Fármacos disponibilizados pelo SUS

 

  • Alfataliglicerase
  • Imiglucerase 
  • Alfavelaglicerase 
  • Miglustate 

 

Além da terapia específica, o tratamento da doença inclui medidas paliativas e de suporte.

 

Alguns exemplos de medidas de suporte:

 

  • acompanhamento médico e laboratorial periódicos para identificar e tratar, de forma precoce, as complicações associadas; 
  • tratamento sintomático (por exemplo, uso de analgésicos para controle da dor); 
  • cuidados básicos de saúde, inclusive para prevenção de neoplasias evitáveis, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde;
  • uso de anticonvulsivantes para pacientes com DG tipo 3, caso necessário;
  • realização de aconselhamento genético ao paciente e aos familiares.

 

É importante que pacientes com os tipos 2 e 3 da doença, além daqueles que não tiveram acesso ao tratamento específico em tempo oportuno, recebam cuidados paliativos.

 

O objetivo do tratamento é prevenir o desenvolvimento de novas manifestações clínicas e o agravamento das lesões existentes, proporcionando uma melhor qualidade de vida aos pacientes.

 

Tipos da Doença de Gaucher

 

Tipo 1 (forma não neuropática): é a forma mais comum da DG. As manifestações clínicas são variáveis e podem incluir o aumento do baço e do fígado, alterações hematológicas (anemia e sangramentos), fraqueza e dores ósseas. A sobrevida dos pacientes pode ser semelhante à de uma pessoa sem a doença.

 

Tipo 2 (forma neuropática aguda): é mais raro e grave. Acomete o cérebro, baço, fígado e pulmão. A evolução da doença é rápida e geralmente causa a morte até o segundo ano de vida. O tratamento específico existente não é eficaz nesta forma da doença.

 

Tipo 3 (forma neuropática crônica): também raro, porém, mais brando que o tipo 2. Compromete o cérebro, baço, fígado e ossos. Os pacientes com o tipo 3 da DG podem viver até a idade adulta (entre a segunda e quarta década de vida).

 

Por ser uma doença rara, muitos pacientes levam anos para obter um diagnóstico adequado. Entretanto, quanto mais rápido for realizado o diagnóstico e iniciado o tratamento, menores serão as chances de complicações.

 

Sendo assim, é extremamente importante que os profissionais da saúde, principalmente os médicos, estejam atentos aos sinais e sintomas da Doença de Gaucher.

 

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Fontes:

Ministério da Saúde

Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular – ABHH

PCDT Doença de Gaucher

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